Colhendo bons resultados
Colhendo bons resultados
Na propriedade de Elizeia Valus e Geovanes Kindziera Krepel, em Cândido de Abreu, tem de tudo um pouco: alface, alho-poró, batatinha, beterraba, brócolis, cenoura, couve-flor, salsinha, entre outros produtos. Mas nem sempre foi assim. Há 15 anos, o casal começou a trabalhar com o bicho da seda. Depois, veio a criação de gado leiteiro. A vontade de cultivar hortaliças já existia, mas faltava orientação. E ela chegou em 2019, com o Programa Matas Sociais.
“Fazíamos tudo por nossa conta e faltava assistência técnica. Quando o pessoal da Klabin chegou, tivemos orientação sobre manejo, adubação, combate de pragas e tipo de cultura que se desenvolve melhor conforme o clima e a época do ano. Foi quando começamos os grandes plantios de brócolis e couve-flor”, lembra Geovanes. “O cuidado com o solo também nos ajudou. Nossa terra era muito ruim e, com o uso do ecosolo (condicionante de solo) fornecido pelo programa, fomos corrigindo”, complementa Elizeia.
Colocando o aprendizado em prática, o casal obteve bons resultados. “Antes, a gente colhia brócolis pequenininhos. Hoje, temos brócolis com quase dois quilos”, diz Geovanes. Com mais qualidade, a demanda pelos produtos aumentou e a família viu a renda crescer cerca de 80%. “Depois do Matas, estamos pagando as dívidas antigas e investindo em coisas que não tínhamos, como sistema de gotejo, reservatório de água e bomba”, detalha Elizeia.
Atualmente, a produção é destinada para a cooperativa local, mercados da região e clientes que vão até a propriedade. A negociação é feita por WhatsApp pela Elizeia, que está sempre divulgando vídeos e fotos nas redes sociais. “Quem não é visto não é lembrado. Muita gente tem curiosidade em saber como é plantar horta em grande escala. Então comecei a postar e ver que tinha engajamento. Vou fazendo o marketing e vendendo”.
Você sabia? O ecosolo é produzido pela Klabin e Ambipar na Central de Tratamento de Resíduos da Unidade Puma. Ou seja, o que seria resíduo, se transforma em insumo para agricultores.
BENEFÍCIOS QUE NÃO TÊM PREÇO
Os ganhos conquistados pela família vão além dos financeiros. “A gente consegue criar o nosso filho, Davi, juntos. Não precisamos sair de casa e cumprir horário fora. Cuidamos dele aqui e ensinamos o trabalho no campo. Hoje, ele tem a hortinha dele, que cuida quando tem um tempinho. Acho que já pode ser uma profissão para o futuro também”, diz Elizeia.
A produtora também aprendeu a usar suas terras para o autocuidado. No ano passado, começou a plantar morangos, ideia vinda de projeto desenvolvido entre o Matas Sociais e a cooperativa local. “Faço tratamento psicológico e dependia de muita medicação. Conversei com o meu médico e o cultivo dos morangos se tornou a minha terapia, diminuindo muito a quantidade de remédios no tratamento. Uni o útil ao agradável”, conta.
MATAS SOCIAIS: PLANEJANDO PROPRIEDADES SUSTENTÁVEIS
O programa incentiva a agricultura familiar e auxilia pequenos e médios produtores na produção, adequação das propriedades à legislação e comercialização de produtos.
Municípios: Telêmaco Borba, Imbaú, Ortigueira, Curiúva, Sapopema, São Jerônimo da Serra, Cândido de Abreu, Rio Branco do Ivaí, Reserva, Tibagi e Ventania.
DESTAQUES DE 2023
>> 731 propriedades estão sendo atendidas para restauração de áreas degradadas, paisagismo e ornamentação, e enriquecimento de florestas preservadas.
>> Até julho, mais de 17.700 mudas doadas.
>> Mais de 10 milhões em vendas das cooperativas e de produtores individuais.