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null Leandro José de Oliveira

29/09/2020

Ortigueira

Leandro José de Oliveira

Escola Municipal Prefeito Nilson Gorski, Ortigueira

Mestre de uma turma do 5º ano da Escola Municipal Prefeito Nilson Gorski, em Ortigueira, o professor Leandro observa que a pandemia trouxe a necessidade de uma reflexão sobre o ensino. E que se os alunos estão aprendendo a estudar de uma maneira diferente, também os professores estão aprendendo a ensinar de maneira diferente. “Não é um momento fácil, mas com dedicação, entusiasmo e vontade vamos conseguir”, diz.

Sobre o momento

“Estamos vivendo uma situação atípica no mundo. A pandemia nos fez refletir para que pudéssemos melhorar nossa maneira de ensinar e de aprender, porque todos nós estamos aprendendo. Os alunos estão aprendendo a estudar de uma maneira diferente. Nós, professores, estamos aprendendo a ensinar de uma maneira diferente. E esse programa, Klabin Semeando Educação, entendeu essa necessidade e também se adaptou. Não é um momento fácil, mas com dedicação, entusiasmo e vontade vamos conseguir. Procuramos nos reinventar, em todos os aspectos. A nossa comunicação mudou. A maneira como chego aos meus alunos mudou, então tenho que me adaptar a isso e eles também.

Recursos pedagógicos

“No nosso município temos trabalhado com atividades impressas, entregues a todos os alunos. Elas são elaboradas de acordo com as orientações que nós recebemos e a nossa maior comunicação com os alunos tem sido através dos grupos de WhatsApp. É a maneira mais rápida de estarmos presentes na casa deles, sanando suas dificuldades, porque quando eles têm uma dificuldade eles fotografam e mandam pra mim. Então, eu gravo um vídeo ou um áudio com explicações. Com isso, eles conseguem sanar a dúvida instantaneamente. É uma maneira mais rápida e eficaz de nos comunicarmos. Também temos algumas modificações da maneira de ensinar.

Conteúdo

“Como as crianças estão em casa, procuro direcioná-las para o que está perto delas. Por exemplo, quando a mãe vai fazer uma receita, ela precisa ter alguns conhecimentos matemáticos, como as quantidades de trigo, água, fermento, açúcar, enfim. Mesmo que o conhecimento às vezes não seja tão sistematizado, é uma experiência de vida, então procuro fazer com que o aluno acompanhe essa situação para verificar que a matemática não está longe, ela não é o livro ou um apostila que estão na escola. A matemática está à nossa volta. Além dos ingredientes, a mãe deve saber a quantidade de tempo para o bolo assar. Então temos aí a medida de tempo. Outro exemplo é o banho, uma coisa corriqueira. Nem percebemos a presença da matemática naquela ação, mas se eu tomo um banho de cinco minutos eu vou ter um gasto de água e de energia diferente de um banho de quinze minutos. A partir dessa diferença, pergunto: em que isso implica matematicamente? Na questão financeira. Citei o banho, mas podemos citar como exemplo a luz que fica acesa em um ambiente vazio, a tevê que fica ligada sem ter ninguém assistindo. São questões do dia a dia em que muitas vezes não percebemos a existência da matemática ali. Se eu reduzo o tempo de banho, apago a luz e desligo a tevê, o que isso vai gerar para minha família? Vai gerar um gasto menor e, consequentemente, vai sobrar um valor que posso investir em outra situação para atender minha necessidade. Procuro despertar nos alunos essa consciência matemática e fazer associações para despertar o sentimento de responsabilidade nos alunos.

Consciência e família

“Estamos trabalhando várias competências educativas e socioemocionais dentro da família. Acredito que, com as ações citadas, todas as competências socioemocionais são trabalhadas, mesmo que implicitamente, no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. Se o aluno se coloca no lugar do outro, ele vai também assumindo responsabilidades. Quando ele se coloca no lugar do pai, que precisa pagar uma conta de luz, por exemplo, ele exerce um sentimento de empatia, e percebe que também pode colaborar. Então ele vai aumentando sua capacidade de criar, de inovar, e com isso vai desenvolvendo autonomia para se tornar uma pessoa mais ética e comprometida com sua formação pessoal. Ele vai se transformar em um adulto mais consciente, mais participativo, que pensa nas consequências dos seus atos.|

Agradecimento

“Falando sobre o Semeando Educação, este está sendo o melhor programa que nós, professores, já tivemos. Pois trata de nossa realidade em sala de aula, do dia a dia dos professores, do dia a dia professor-aluno, das dificuldades que enfrentamos. Trata dessas questões e busca soluções para que possamos melhorar os conflitos em sala de aula. Essa parceria, Klabin-Secretaria Municipal de Educação, realmente é a parceria que deu certo. Nós, professores, só temos que agradecer e aproveitar ao máximo essa oportunidade que nos é ofertada. Eu, como professor da rede municipal, me sinto lisonjeado de estar participando desse programa. Eu não poderia deixar de citar aqui a nossa querida Lara (professora Lara Cavalheiro), que é uma pessoa extremamente competente e sabe conduzir essa formação de uma maneira formidável.”