09/11/2022

Institucional

Cristiano Cardoso, CEO da Klabin, fala sobre perspectivas para o mercado de commodities

Diante das suas dimensões continentais, o Brasil é uma das principais referências quando o assunto é o mercado de commodities.

 

Durante a sétima edição da Money Week, o tema foi debatido por Luís Moran, head da EQI Research, e Cristiano Cardoso, CEO da Klabin (KBLN11). 

 

A Money Week é um evento online e gratuito da EQI Investimentos, e segue até sexta-feira (11). Clique aqui para participar!

 

Mercado de commodities: por dentro da Klabin


Apesar das restrições sociais devido às medidas sanitárias da pandemia de Covid-19 durante o biênio 2020/21, o e-commerce disparou nas principais economias do planeta e no Brasil. Com isso, o setor de papel ondulado para embalagens conseguiu se descolar da crise econômica do período, o que favoreceu a Klabin.

 

Além disso, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de celulose, atrás apenas dos Estados Unidos, com um plantio de 7,8 milhões de hectares de eucalipto e de pinos.

 

“O Brasil é o país estado da arte em pesquisa e desenvolvimento do mundo florestal, com destaque para a formação de pessoas, grandes faculdades, engenheiros químicos e florestais, biólogos, dentre outros. O setor de papel e celulose no nosso país desponta, sem dúvida alguma, como o mais competitivo do mundo”, destaca Cardoso sobre a importância do setor para o país.

 

Outro destaque da Klabin é que ela é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagem do país. Sem contar que a companhia participa do índice Dow Jones de sustentabilidade.

 

A Klabin trabalha desde a extração da celulose até a fabricação de diversos tipos de papel. Dessa forma, a empresa paulista consegue participar de forma direta e indireta de todos os setores da economia.

 

Mercado de commodities: o impacto da pandemia no setor de celulose


Cristiano Cardoso afirma que, durante a pandemia, o primeiro produto da Klabin a ter destaque foi o papel higiênico – fato que decorreu do verdadeiro “comportamento de guerra” que se viu a partir de março de 2020.

 

“Normalmente, quando as pessoas têm algum medo ou ameaça ao equilíbrio, elas correm para um posto de gasolina ou fazem estoque de papel higiênico. Isso acontece no mundo inteiro e não é um evento exclusivo do Brasil”, explica.

 

Assim, neste primeiro momento, a demanda por papel higiênico explodiu. Na época, houve relatos de pessoas reclamando da falta deste produto nas prateleiras dos supermercados.

 

Cardoso diz que outro item de higiene pessoal cujas vendas cresceram de forma impressionante foram as fraldas. Para ilustrar este fenômeno, ele cita que, na Ásia, milhares de profissionais da área de saúde usaram uma espécie de fralda geriátrica para evitar ir ao banheiro e retirar a roupa de proteção sanitária nos hospitais durante o auge da pandemia.

 

“No segundo momento, outro setor impactado foi a área de caixas de papelão ondulado, muito em função de e-commerce. O commerce teve um impacto muito grande em vários países do mundo, inclusive no Brasil”, afirma o diretor da Klabin.

 

Por último, as ações do governo influenciaram no mercado de atuação da Klabin. Com a campanha do “fique em casa”, o Estado brasileiro precisou ajudar as pessoas com o pagamento de um Auxílio Emergencial. O dinheiro adicional na renda das pessoas motivou uma onda de consumo nos supermercados.

 

Além disso, uma outra parte das pessoas aproveitaram o período em que ficaram mais tempo em casa para reformar os seus lares.

 

“Curiosamente, aqui no Brasil, parte deste dinheiro foi utilizado para pequenas reformas nas suas casas, conhecidas como ‘reformas formiguinha’. Isso impactou na nossa área de sacos industriais para construção civil”, relata.

 

Dito isso, o diretor da Klabin aponta que a pandemia, respeitando a questão humanitária da tragédia, trouxe força para o setor de celulose.

 

Mercado de commodities: perspectivas para 2023


Saindo do passado para projetar o futuro, Moran questionou Cardoso sobre as perspectivas para o ano de 2023.

 

Na avaliação dele, o ano que vem deve ser marcado pela geração de renda por meio do emprego e não mais dos auxílios governamentais.

 

“Acho que tem uma troca agora. Esse consumo vai continuar, mas por ganho de renda vinda da geração de emprego”, justifica.

 

Na parte macroeconômica, Cardoso destaca que o Brasil conseguiu se antecipar ao aumento de juros para combater a inflação. Com o arrefecimento da taxa de inflação nos últimos meses, deve haver redução dos juros no ano que vem.

 

Portanto, essa perspectiva revela uma possível melhora para os investimentos e para a geração de emprego. 

 

Apesar deste clima mais otimista, o diretor da Klabin faz um alerta para os sinais de médio prazo, principalmente a partir de 2024.

 

“A preocupação passa a ser a médio prazo, pela questão da manutenção do auxílio e a conta fiscal para financiá-lo”, diz Cardoso, ao citar as preocupações fiscais com a sinalização de que um governo “Lula 3” possa furar o teto de gastos com benefícios sociais.

 

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