Klabin na mídia
17/11/2022
Projeto Puma II
Klabin monta megaprojeto logístico em Paranaguá
Depois de iniciar a maior operação privada de contêineres não refrigerados do país, em 2021, a empresa planeja inaugurar um novo terminal em janeiro deste ano, segundo Roberto Bisogni, diretor de Planejamento Operacional e Logística da empresa. O arrendamento, conquistado em 2019 por meio de lei do governo federal, deve agregar uma capacidade adicional de 1,25 mil toneladas por ano.
Após iniciar operações com TCP e Brado em 2021, grupo inaugura novo terminal conquistado em 2019
O novo terminal se soma a uma grande estrutura logística de Paranaguá na qual a empresa vem investindo nos últimos anos.
A empresa tem, desde 2016, um primeiro terminal privado, localizado a 5 km do Porto. A principal expansão foi realizada no ano passado, com a inauguração do chamado projeto KBT, que recebeu investimento de R$ 300 milhões. Além da construção de um novo terminal, foi estruturada uma operação em parceria com a TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) e a Brado Logística (da Rumo), para ligar a unidade Puma, em Ortigueira (PR), a Paranaguá por via férrea.
Esse investimento não tem se refletido na movimentação de cargas no Paraná. De janeiro a julho, as exportações de papel e celulose do Estado vão crescer 21% no ano até julho, para mais de 1 mil toneladas, segundo dados da Secex.
No primeiro ano de operação, o projeto KBT movimentou pouco mais de 16 mil contêineres para exportação, aumentando em 40% o transporte ferroviário de cargas no Paraná, o segundo dado pela empresa. Com a entrada em operação da primeira máquina do projeto Puma II neste ano, cerca de 20 mil contêineres serão exportados até dezembro.
“O KBT faz parte de um megainvestimento para ligar as unidades de Telêmaco Borba [Monte Alegre] e Ortigueira ao porto de Paranaguá. O investimento ferroviário não modal cobrado em conta custos, ou apelo sustentável à estratégia de não sobrecarregar a infraestrutura ferroviária da região”, conta o executivo.
A capacidade atual do terminal, de 5 mil contêineres por mês, ainda é suficiente para dar conta da expansão prevista para a unidade Puma II em 2023, quando uma nova máquina de papelão entrará em operação. E, mesmo que novas expansões sejam aprovadas no futuro, a KBT ainda será capaz de absorver aumentos de volume adicionais, diz ele.
Com investimentos de R$ 12,9 bilhões até 2023, o projeto Puma II contempla duas máquinas de papel integradas à produção de celulose e corresponde ao maior investimento já realizado pela Klabin. A MP 27, que entrou em operação há pouco mais de um ano, produz o Eukaliner, o primeiro kraftliner do mundo obtido exclusivamente da celulose de eucalipto. A MP 28, que começa a operar em 2023, vai produzir papelão para embalagens e já nasce com vocação para a exportação.
Para o TCP, controlado pelo Porto Merchants da China, a Klabin já representa 4,7% das exportações do terminal. Em 2023, com o início da operação da segunda máquina do Puma II, a participação deve aumentar para 7,1%. “Para se ter uma noção da magnitude do KBT, Paranaguá terá que superar o Porto de Santos no volume de carga que chega por via férrea deste novo projeto”, diz Mateus Campagnaro, gerente de marketing e logística da TCP.
O novo terminal arrendado pela Klabin em Paranaguá, que entrará em operação em breve, será utilizado para movimentação de cargas soltas, principalmente da unidade Puma I. Também servirá como transporte alternativo para o Puma II. O terminal também terá uma conexão ferroviária.
“Nos últimos anos, devido às duas cadeias logísticas e à falta de contêineres, o grupo desenvolveu alternativas de transporte marítimo. Retomamos práticas do passado, como embarques de bobinas de papel e bobinas fluff, que não eram cargas originalmente programadas para breakbulk [carga fracionada]”, diz Bisogni.
O executivo afirma que o caos logístico desencadeado pela pandemia já começa a dar sinais de alívio e que a tendência é melhorar gradativamente.
“Começamos a ver sinais positivos, como menor dificuldade em obter 'bookings' para exportação e redução de preços na frente no mercado 'spot' [de curto prazo], já que a Klabin tem contratos com armadores. Mas é um processo muito mais lento do que quando sobe. Não vamos necessariamente voltar ao patamar anterior, mas tem coisa melhor”, afirma.
Fonte: Portos e Navios