Klabin na mídia
23/03/2021
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Cinco empresas do setor de papel e celulose figuram em lista da Forbes
A Forbes publicou, recentemente, a lista com as 100 empresas brasileiras do agronegócio que mais se destacaram em 2020. Apesar de o ano ser turbulento por causa da pandemia do coronavírus, o setor conseguiu escapar da crise, surpreendendo com uma safra recorde e exportações aquecidas como reflexo da valorização do dólar.
“O ano de 2020 vai entrar para a história do agronegócio. Tivemos um consumo de alimentos firme no mercado interno e no externo, puxado especialmente pela demanda asiática e pelo câmbio. A desvalorização do real deixou o nosso produto muito competitivo”, comenta Marcos Fava, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP) e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP).
O setor de celulose e papel tem forte presença nesta lista, visto que o Brasil está entre os maiores produtores e encabeça a lista dos exportadores globais da fibra. Em 2020, foram 19,6 milhões de toneladas de celulose, dentre elas, 14,7 milhões exportadas. No médio prazo, até 2030, estima-se que o país exporte 20,3 milhões de toneladas.
Na lista publicada pela Forbes, há cinco grandes indústrias do segmento. Confira quem são elas, seus desafios e suas perspectivas.
SUZANO – 11ª POSIÇÃO
Fundação: 1924, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 26,0 bilhões
Principal executivo: Walter Schalka
A maior empresa de celulose do Brasil espera que haja uma retomada de preços no curto prazo, e que a expansão da oferta gere uma competição mais acirrada. Isso deve beneficiar a Suzano, que possui custos de produção entre os menores do mundo e mantém uma forte geração de caixa mesmo em períodos de baixa das cotações internacionais. Assim que equacionar sua dívida elevada, poderá dar início ao investimento da planta em Ribas do Rio Pardo (MS). Com uma distância de apenas 60 quilômetros entre a fábrica e a floresta, o chamado projeto l tem potencial de ser um dos mais competitivos do mercado, consolidando a empresa como o produtor de menor custo.
KLABIN – 19ª POSIÇÃO
Fundação: 1890, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 10,3 bilhões
Principal executivo: Cristiano Teixeira
Uma das maiores e mais antigas fábricas de papel e papelão do Brasil, a Klabin começou como uma papelaria em São Paulo, fundada pelo imigrante lituano Mauricio Freeman Klabin. Suas operações abrangem quatro áreas: florestal, celulose, papéis e embalagens. Conta com 24 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, e emprega 23 mil pessoas, entre funcionários diretos e indiretos. Em 2019, lançou o Projeto Puma II, que inclui a construção de duas máquinas de papel para embalagens (kraftliner), com produção de celulose integrada, em Ortigueira (PR). A primeira máquina será entregue em 2021, com capacidade de 450 mil toneladas por ano, e a segunda está prevista para 2023, com capacidade para 470 mil toneladas por ano. Os investimentos totalizam R$ 9,1 bilhões.
ELDORADO BRASIL CELULOSE – 31ª POSIÇÃO
Fundação: 2005, em Três Lagoas (MS)
Receita: R$ 4,3 bilhões
Principal executivo: Aguinaldo Gomes Ramos Filho
No ano passado, a Eldorado processou 1,7 milhão de toneladas de celulose de fibra curta a partir de eucalipto, mas tem como meta dobrar a produção. A empresa de capital brasileiro, canadense e francês prepara uma segunda linha em sua fábrica, um projeto de R$ 10 bilhões que irá elevar a capacidade a 4,2 milhões de toneladas. As obras tiveram início em 2015 e estão praticamente prontas. No campo, a companhia administra 222 mil hectares de áreas produtivas e 129 mil de áreas de conservação. Porém, com a segunda linha em operação plena, serão necessários 400 mil hectares cultivados com eucalipto.
CELULOSE NIPO-BRASILEIRA – 52ª POSIÇÃO
Fundação: 1973, em Belo Oriente (MG)
Receita: R$ 2,6 bilhões
Principal executivo: Kazuhiko Kamada
Mais conhecida como Cenibra, a Celulose Nipo-Brasileira foi fundada em setembro de 1973 na pequena cidade de Belo Oriente, no leste de Minas Gerais, como uma parceria entre a Vale e a empresa japonesa JPB. No ano de 2001, com a Vale já privatizada e se concentrando no negócio estratégico do minério, a empresa foi adquirida integralmente pela JPB. Em 2019, bateu um novo recorde de produção anual, ao atingir 1,22 milhão de toneladas de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto – valor 16,7 mil toneladas acima do esperado. Cerca de 97% da produção é destinada ao mercado externo, exportada para o Japão, Estados Unidos, China e Europa.
VERACEL CELULOSE – 84ª POSIÇÃO
Fundação: 1991, em Eunápolis (BA)
Receita: R$ 1,47 bilhão
Principal executivo: Andreas Birmoser
A multinacional Veracel surgiu da união entre a brasileira Suzano e a finlandesa Stora Enso. Localizada no sul da Bahia, a companhia atua em 11 municípios, em uma área de 223,8 mil hectares, dos quais 87,9 mil são de florestas comerciais de eucalipto. A produção média anual é de 1,2 milhão de toneladas de celulose. Entre 2015 e 2019, foram 15 milhões de toneladas, sendo a maior parte exportada. A empresa fechou uma parceria inédita no início deste ano com sua concorrente Suzano, que também atua na região. Juntas, criaram o Monitoramento de Biodiversidade Bamges (sigla para designar a junção dos estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo) e vão atuar na preservação de um território de cerca de 900 mil hectares.