Klabin na mídia
08/09/2025
Institucional
Indústria 5.0 redefine papel da tecnologia e das pessoas na produção de embalagens
Em entrevista exclusiva ao Portal Packaging, Douglas Dalmasi, diretor de Embalagens da Klabin, explica como a companhia tem integrado inovação, sustentabilidade e valorização humana para fortalecer sua competitividade na nova era industrial
Por Portal Packaging
08/09/2025
Em um cenário industrial onde a automação e a digitalização avançam a passos largos, a Klabin se posiciona na vanguarda de uma nova revolução: a Indústria 5.0. Diferentemente dos paradigmas anteriores, que priorizavam exclusivamente a eficiência tecnológica, essa nova era industrial coloca o ser humano novamente no centro dos processos produtivos, mas agora potencializado por tecnologias inteligentes.
Em entrevista exclusiva ao Portal Packaging, Douglas Dalmasi, diretor de Embalagens da Klabin, revela como a empresa está liderando essa transformação no setor brasileiro de embalagens de papel, investindo em soluções que combinam inovação tecnológica, sustentabilidade e valorização das pessoas.
A VISÃO ESTRATÉGICA: TECNOLOGIA COMO ALIADA DO TALENTO HUMANO
Para a Klabin, a Indústria 5.0 representa “uma evolução natural e necessária da Indústria 4.0, que reforça a integração entre tecnologia de ponta e o fator humano”, explica Dalmasi. Essa filosofia não surgiu por acaso, mas está profundamente alinhada aos pilares estratégicos da companhia: inovação, sustentabilidade e valorização das pessoas.
“Essa combinação potencializa resultados e promove ambientes mais colaborativos, seguros e sustentáveis. Preparar o ambiente com as pessoas para essa transformação tem sido o nosso olhar e forma de fazer”, destaca o executivo, evidenciando que a empresa compreende que o sucesso da transformação digital depende tanto de investimentos em tecnologia quanto em capital humano.
A materialização dessa visão pode ser observada nas unidades mais recentes da Klabin, as fábricas de Ortigueira e Piracicaba, que “reúnem o que há de mais moderno em termos de tecnologia disponível para a produção de celulose, papéis e embalagens de papelão ondulado”. Entre elas, a Unidade Piracicaba II se destaca como um marco tecnológico, sendo “a maior e mais moderna fábrica de embalagens de papelão ondulado em operação nas Américas”.
PIRACICABA II: UM LABORATÓRIO DA INDÚSTRIA 5.0
A Unidade Piracicaba II funciona como uma vitrine das possibilidades da Indústria 5.0 aplicada ao setor de embalagens. Dalmasi detalha que a unidade conta com “equipamentos modernos que formam uma linha de produção totalmente automatizada, incluindo duas onduladeiras de 2,8 metros de largura, com velocidade de 450 metros por minuto, e nove impressoras de última geração, todas operando em estado da arte”.
O grande diferencial tecnológico da fábrica é seu estoque vertical automatizado, pioneiro na América Latina. O sistema possui “capacidade para armazenar 2,3 milhões de m³ de chapas de papelão ondulado — o equivalente a 1.100 toneladas ou cerca de 30 horas de consumo das impressoras. Essa inovação contribui para a otimização do espaço, agilidade na operação e maior segurança, demonstrando como a tecnologia pode simultaneamente aumentar a eficiência e melhorar as condições de trabalho”, afirma o executivo.
A eficiência logística também recebeu atenção especial no projeto. A unidade opera com “16 docas de carregamento funcionando simultaneamente e um sistema automatizado para montagem e saída de paletes, que reduz o tempo de expedição e melhora o fluxo de distribuição. Todos os processos foram desenhados para ampliar ergonomia, qualidade e eficiência com menor impacto ambiental”, exemplificando a abordagem holística da Indústria 5.0.
PERFIS PROFISSIONAIS E TECNOLOGIAS DO FUTURO
A transformação industrial demanda não apenas novos equipamentos, mas também novos perfis profissionais. Dalmasi identifica que “posições como operadores digitais, especialistas em dados e automação, manutenção preditiva e líderes de melhoria contínua, sempre com forte visão de segurança e sustentabilidade, serão perfis-chave para avançarmos”.
Para a Klabin, “a tecnologia é tida como alavanca para o aumento de eficiência e para a entrega de soluções cada vez mais sustentáveis à sociedade, e as pessoas estão no centro desse processo”. Por isso, a empresa “investe constantemente na capacitação de nossos colaboradores, oferecendo formação técnica, programas voltados para lideranças, plataforma de cursos online e bolsas de estudo, entre outras ações”.
Do ponto de vista tecnológico, a Klabin tem “avançado de forma significativa no uso de Inteligência Artificial (IA), IoT e blockchain”. Paralelamente, a empresa está “em pleno processo de evolução digital implementando o sistema SAP (S/4Hana), uma jornada que tem se provado capaz de integrar tecnologia, dados e pessoas, das florestas às fábricas, para alcançarmos mais eficiência, padronização e inovação contínua”.
SUPERANDO DESAFIOS DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Como toda transformação de grande escala, a jornada rumo à Indústria 5.0 não está isenta de desafios. Dalmasi reconhece que a empresa enfrenta “questões comuns a processos de mudança, como a integração entre diferentes sistemas, mudança cultural, formação de times multidisciplinares e integração de fornecedores em um ecossistema digital único”.
Esses desafios refletem a complexidade de implementar mudanças que vão além da simples instalação de novos equipamentos, envolvendo transformações culturais e organizacionais profundas. A necessidade de formar equipes multidisciplinares, por exemplo, demonstra como a Indústria 5.0 exige uma colaboração mais intensa entre diferentes áreas de conhecimento.
RESULTADOS MENSURÁVEIS E INDICADORES DE PERFORMANCE
A Klabin adota uma abordagem rigorosa para mensurar os resultados de sua transformação digital. “Todos os projetos, bem como todos os processos da Klabin, são acompanhados periodicamente e têm seus resultados listados dentro dos indicadores pertinentes a cada iniciativa”, assegura Dalmasi.
No âmbito da sustentabilidade, as fábricas monitoram “indicadores como redução de gases do efeito estufa (GEE) nos escopos 1, 2 e 3, eficiência energética e gestão hídrica”. O compromisso com a sustentabilidade se reflete na participação da empresa em “índices de desempenho, como Ecovadis, Dow Jones e ISE B3”.
Para a eficiência operacional, a empresa utiliza o indicador OEE (Overall Equipment Effectiveness), que mede a eficácia geral dos equipamentos, e o OTIF (On-Time In-Full), que avalia a “eficiência comercial em todo o processo” através da “Melhoria na Acuracidade de Vendas”.
IMPACTOS NA COMPETITIVIDADE E TOMADA DE DECISÃO
A adoção da Indústria 5.0 está gerando impactos diretos na competitividade da Klabin. Segundo Dalmasi, “a Indústria 5.0 fortalece a competitividade ao agregar valor à produção com personalização, eficiência e sustentabilidade”. O foco da empresa “está no que é relevante para nossa cadeia produtiva e gera valor para nossos clientes e para a sociedade em geral”.
A transformação digital permitiu à Klabin trabalhar “cada vez mais com a tomada de decisão baseada em dados e implementar tecnologias de ponta que nos permitem respostas mais ágeis ao mercado, redução de custos operacionais e maior fidelização dos clientes”. Essa abordagem data-driven representa uma mudança fundamental na forma como a empresa opera e compete no mercado.
PROCESSOS TRANSFORMADOS PELA INTEGRAÇÃO TECNOLOGIA-PESSOAS
A filosofia de colocar “as pessoas no centro” se materializa em processos específicos que foram transformados pela integração entre tecnologia e fator humano. Dalmasi destaca que “os principais processos que têm se beneficiado incluem a produção, integrando planejamento e produtividade nas operações; a manutenção preditiva, unindo dados de sensores à experiência dos técnicos; o atendimento ao cliente e personalização de produtos; e a gestão da cadeia de vendas”.
Particularmente importantes são as “ações em prol da segurança do trabalho, com monitoramento em tempo real aliado à tomada de decisão humana”. Este exemplo ilustra o conceito da Indústria 5.0, onde a tecnologia não substitui o julgamento humano, mas o potencializa com informações em tempo real.
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS EM DESENVOLVIMENTO
O investimento em novas tecnologias é contínuo na Klabin. A empresa “investe continuamente em IoT, inteligência artificial, machine learning e sistemas ciberfísicos, além de explorar soluções como a conectividade 5G para ampliar a eficiência e a integração entre unidades produtivas”.
A inteligência artificial merece destaque especial na estratégia da empresa. “Temos contemplado a IA de maneira transversal na Klabin, desde a forma com que planejamos o plantio das árvores até a logística das embalagens”, explica Dalmasi. Para dar suporte a essa estratégia, a empresa “estruturou internamente o AI Office, nosso escritório de inteligência artificial, composto por um grupo de lideranças de áreas como o Jurídico, Comunicação, Gente e Gestão, TI e Inovação”.
O AI Office tem como “missão estabelecer a governança da IA na Klabin, garantindo o uso estratégico e seguro da tecnologia, preparando a Companhia para dar escala às soluções de IA — essa é nossa missão de 2025”. Essa estrutura demonstra a seriedade com que a empresa enxerga o potencial e os desafios da inteligência artificial.
PREPARANDO O CAPITAL HUMANO PARA O FUTURO
Reconhecendo que a inovação está presente no cotidiano da Klabin e faz parte da cultura corporativa, como um dos pilares estratégicos, a empresa desenvolve uma estratégia abrangente de preparação de seus colaboradores. “A preparação dos colaboradores envolve nossa plataforma interna de aprendizagem, programas de capacitação técnica, intercâmbios internacionais, treinamentos em novas tecnologias, cultura de inovação e gestão da mudança”.
Além dos aspectos técnicos, “a Klabin também promove ações voltadas ao bem-estar, segurança e desenvolvimento humano, alinhadas ao que há de mais moderno disponível para o nosso segmento”. Essa abordagem reflete o entendimento de que a transformação digital bem-sucedida depende não apenas de competências técnicas, mas também do bem-estar e engajamento dos colaboradores.
MATURIDADE DO SETOR BRASILEIRO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Ao avaliar o cenário nacional, Dalmasi observa que “o setor brasileiro apresenta níveis distintos de maturidade tecnológica, refletindo as diferenças estruturais entre empresas de diferentes portes e segmentos. Enquanto empresas menores ainda enfrentam barreiras significativas — como limitações de infraestrutura, acesso à tecnologia e restrições orçamentárias —, empresas maiores e setores como tecnologia, automotivo, agronegócio e papel e celulose já demonstram avanços concretos na adoção de soluções digitais e inteligentes”.
Essa análise revela tanto os desafios quanto as oportunidades do mercado brasileiro. Por um lado, há uma clara divisão digital entre empresas de diferentes portes. Por outro, setores como o de papel e celulose, onde a Klabin atua, estão na vanguarda da transformação, criando oportunidades para liderança e diferenciação competitiva.
O FUTURO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE EMBALAGENS
A experiência da Klabin com a Indústria 5.0 oferece insights sobre o futuro do setor brasileiro de embalagens. “A integração entre tecnologia e inteligência humana é um diferencial competitivo que vem se consolidando”, observa Dalmasi.
Para ele, “a Indústria 5.0, com seu foco em personalização, colaboração e sustentabilidade, exige não apenas investimento em inovação, mas também uma preparação cuidadosa do ambiente e das pessoas”. A conclusão do executivo resume a filosofia que tem guiado a transformação da Klabin: “Essa tem sido a nossa forma de fazer: criar condições para que a tecnologia seja uma aliada do talento humano, promovendo eficiência, segurança e valor agregado”.
Essa visão posiciona a empresa não apenas como líder em inovação tecnológica, mas também como pioneira em uma abordagem mais humanizada da transformação digital, estabelecendo um modelo que pode influenciar todo o setor brasileiro de embalagens na transição para a Indústria 5.0.
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