Klabin na mídia
01/11/2022
Desenvolvimento local e Projetos Sociais
Klabin desenvolve megaprojeto logístico para escoar celulose em Paranaguá
A empresa utilizará contêineres e o transporte ferroviário para conectar suas unidades ao porto
A Klabin, maior fabricante de caixas de papelão ondulado do paíse única produtora de três tipos de celulose, está perto de consolidar um novo megacomplexo logístico no Porto de Paranaguá (PR), previsto para iniciar as operações até janeiro de 2023, com uma capacidade de 3 milhões de toneladas por ano.
Desde 2016, a companhia já possuía um primeiro terminal privado, localizado a 5 km do porto, que recebeu um investimento de R$ 300 milhões para sua expansão no ano passado – o chamado projeto KBT. Adicionalmente, em 2019, a empresa conquistou o arrendamento de um novo terminal – em leilão do governo federal –, que deverá agregar ao novo projeto uma capacidade anual de 1,25 milhão de toneladas por ano.
Após ter iniciado a maior operação privada de contêineres não refrigerados do país no ano passado, a Klabin tem investido nos últimos anos para que o novo terminal seja somado a uma grande operação logística em Paranaguá.
Estruturada em parceria com o TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) e a Brado Logística (da Rumo), a operação irá conectar por meio de ferrovia a unidade Puma, em Ortigueira (PR), ao porto de Paranaguá.
O projeto já refletiu na movimentação de cargas no Paraná, com um aumento de 21% nas exportações de papel e celulose a partir do estado, entre janeiro e julho de 2022 frente ao mesmo período no ano passado, para mais de 1 milhão de toneladas, segundo dados da Secex.
O projeto KBT movimentou na ordem de 16 mil contêineres para exportação em seu primeiro ano de operação, elevando em 40% o transporte de cargas por ferrovia no estado, conforme dados da Klabin. Com o start-up da MP27 este ano, cerca de 20 mil contêineres terão sido exportados até dezembro.
“O KBT faz parte de um megainvestimento para conectar a unidades de Telêmaco Borba [Monte Alegre] e Ortigueira ao porto de Paranaguá. O investimento no modal ferroviário levou em conta custos, o apelo sustentável e a estratégia de não sobrecarregar a infraestrutura rodoviária da região”, explicou Roberto Bisogni, diretor de Planejamento Operacional e Logística da companhia.
Segundo o executivo, o terminal tem capacidade suficiente para acompanhar a expansão prevista para 2023, quando a nova máquina de cartões entrará em operação. Atualmente, o terminal suporta 5 mil contêineres por mês, e mesmo que novas ampliações sejam aprovadas futuramente, o KBT ainda terá condições de absorver incrementos adicionais de volume.
Para o TCP, a Klabin já representa 4,7% das exportações do terminal, e deverá chegar a 7,1% no próximo ano, com o start-up da nova máquina. “Para se ter uma noção da magnitude do KBT, Paranaguá deverá ultrapassar o Porto de Santos em volume de carga que chega por ferrovia a partir desse novo projeto”, diz Mateus Campagnaro, gerente de marketing e logística do TCP.
Em contrapartida, o novo terminal arrendado, que deve entrar em operação em breve, será focado na movimentação de cargas soltas, principalmente da primeira fase do projeto Puma, servindo também como alternativa de escoamento para o Puma II. A conexão ferroviária também chegará ao terminal.
“Nos últimos anos, em função dos gargalos logísticos e da falta de contêineres, o grupo desenvolveu alternativas de embarque. Retomamos práticas do passado, como embarques de bobinas de papel e bobinas de fluff, que não eram cargas projetadas originalmente para breakbulk [carga fracionada]”, afirmou Bisogni.
O executivo contou, ainda, que o caos logístico desencadeado a partir da pandemia já começa a dar sinais de alívio e que a tendência é de uma melhora gradual.
“Começamos a ver sinais positivos, como uma menor dificuldade para conseguir ‘bookings’ para exportação e a redução de preços de frete no mercado ‘spot’ [de curto prazo], embora a Klabin tenha contratos com armadores. Mas é um processo muito mais lento do que na hora da subida. Não necessariamente voltaremos ao patamar anterior, mas há uma melhora”, concluiu o diretor.