22/09/2022

Sustentabilidade

Dia da Árvore mostra desafios e avanços na agenda ambiental e social das empresas

Com a pandemia da Covid-19 sob controle e as atividades presenciais voltando ao normal, algumas empresas estão retomando a agenda de eventos. Nessa agenda, a temática ESG (ambiental, social e de governança) ganha protagonismo com muita prestação de contas das ações e evoluções das companhias.


O Dia da Árvore, 21 de setembro, foi o escolhido para o Inova Klabin, um dia de encontro para discussão da agenda ambiental de uma das empresas líderes no setor de papel e celulose. O Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera ganhou mobiliário construído com papelão: dos estandes às centenas de cadeiras da arena que circundava o palco principal. Foi ali que o CEO da companhia, Cristiano Teixeira, deu as boas-vindas aos funcionários e a John Elkington, consultor britânico que na década de 90 criou o conceito Triple Bottom Line, destacando que o tripé da sustentabilidade das organizações envolve os aspectos social, ambiental e econômico (então identificados como pessoas, planeta e lucros). Desde então, Elkington se tornou uma referência global em desenvolvimento sustentável.

 

Sua participação no evento da Klabin era claramente inspiracional. E ele fez algumas provocações importantes para a plateia. Meio que descumprindo a promessa de não falar de política, acabou deixando escapar que o atual governo federal faz um desfavor ao Brasil, manchando a reputação do País e de empresas que trabalham seriamente pela sustentabilidade social e ambiental.

 

Ele também propôs que os executivos e empresários presentes repensassem o conceito que ele mesmo criou em uma nova perspectiva, que ele chamou de economia regenerativa. “A agenda está mais complexa e é preciso encontrar uma nova maneira de fazer negócios em que a restauração e a renovação do meio ambiente esteja no centro da decisão”, afirmou.

 

O Dia da Árvore é uma data simbólica, mas não é preciso esperar por ela para mostrar resultados na agenda ESG. Uma semana antes, outra gigante, a Unipar, do setor químico, anunciou R$ 1,4 bilhão em investimentos até 2030 em 30 projetos ligados à sustentabilidade. O CEO Mauricio Russomanno se comprometeu com um pacote de metas que incluem o uso de 65% de energia elétrica de fonte renovável e a redução de 30% de emissões de CO2.

 

A perspectiva da companhia é dobrar de tamanho e expandir sua atuação para outras regiões do mundo nos próximos 10 anos, com solidez financeira e alinhada aos princípios da economia verde e de baixo carbono. “Não há sustentabilidade sem retorno financeiro”, afirmou o executivo a seus principais stakeholders.

 

Diferentemente de eventos anteriores em que o grande objetivo era apresentar um novo produto, uma nova tecnologia ou uma nova fábrica, nestes as companhias se colocam em posições mais vulneráveis ao falar publicamente de metas ou visões de negócios sobre as quais podem ser cobradas a qualquer momento por qualquer parte interessada ali presente. Finalmente, as conferências de apresentação de resultados e prestação de contas estão saindo do conforto da sala dos edifícios das bolsas de valores e se tornando cada vez mais democráticas e inclusivas.

 

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