03/10/2025

Sustentabilidade

Klabin avança na descarbonização e reduz 17,4% das emissões de Escopo 3 em dois anos

Por Thais Negri Santi
03/10/2025


Escopo 3 - A logística e os transportes estão entre os principais emissores, especialmente pela dependência histórica do modal rodoviário. Para enfrentar esse ponto crítico, a Klabin tem otimizado o uso de combustíveis e ampliado a participação de modais de menor impacto, como o ferroviário e o aquaviário, que emitem menos por tonelada transportada Foto: Klabin

O setor de celulose e papel no Brasil tem se consolidado como referência mundial em sustentabilidade, com metas ambiciosas e resultados que frequentemente superam as exigências regulatórias e de mercado, figurando em posições relevantes nos principais rankings mundiais, como EcoVadis, Carbon Disclosure Project, no índice Dow Jones de sustentabilidade, entre outros. Ainda assim, um dos maiores desafios para essa indústria continua sendo a redução das emissões do Escopo 3, diretamente ligadas à cadeia de valor, extensa e diversificada nesse segmento.

É nesse cenário que após esforços para atuar nesse item, a Klabin alcançou uma redução de 17,4% nas emissões de Escopo 3 entre 2022 e 2024, conforme divulgado recentemente pela companhia em seu mais novo Relatório de Sustentabilidade.

Segundo Relatório de Sustentabilidade publicado pela Ibá – Indústria Brasileira de Árvores, 60% das empresas do setor participantes do levantamento, realizado em 2023, afirmaram ter estabelecido metas para reduzir as emissões de carbono em suas operações, abrangendo os escopos 1, 2 e 3. O dado representa um avanço significativo em relação ao período anterior, em que apenas 35% das empresas haviam estabelecido tais metas. Considerando apenas as empresas com algum tipo de meta, 7% delas as apresentam para o escopo 1, 60% para os escopos 1 e 2, e 33% delas possuem metas para os escopos 1, 2 e 3.

“Hoje, o Escopo 3 representa 86% das emissões da Klabin e, por isso, é um dos principais focos de nossos esforços de descarbonização. O programa Klabin Transforma | Cadeia de Valor foi criado justamente para engajar fornecedores e clientes, incentivando-os a avaliar seus impactos e avançar em suas próprias jornadas de redução”, afirma Julio Nogueira, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Klabin.

Criado em 2023, o Programa, que hoje conta com 200 parceiros, é estruturado em cinco etapas: Priorização, Avaliação, Compromisso, Capacitação e Acompanhamento, cujo objetivo é fortalecer a sinergia e a governança da agenda climática. O foco principal é a identificação de fatores de emissão primários e o apoio ao desenvolvimento de iniciativas de redução nas operações dos parceiros.

Nesse curto período, os resultados desse programa já começaram a aparecer em diferentes elos da cadeia. No transporte rodoviário, fornecedores que antes não monitoravam suas emissões passaram a identificar oportunidades de gestão após participarem dos workshops da Klabin. “Alguns até desenvolveram ferramentas próprias, transformadas em cases compartilhados com outros parceiros. Já no setor de químicos industriais, houve avanço na qualidade dos dados, com fornecedores elaborando estudos de pegada de carbono que contribuíram diretamente para a redução das emissões de Escopo 3 da companhia”, disse o executivo.

Nogueira enfatizou que esses exemplos demonstram como o programa tem impulsionado não apenas a evolução de fornecedores mais maduros, mas também a transformação de empresas que estavam nos estágios iniciais da jornada de descarbonização.

Entre as práticas incentivadas estão a transição energética e uso de fontes renováveis, incluindo a aquisição de I-RECs para suas operações, como forma de avançar na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, são estimuladas iniciativas de monitoramento avançado de emissões, a aplicação de análises de ciclo de vida (ACV) para melhoria contínua de produtos e o uso de ferramentas de gestão da pegada de carbono.

O Programa também promove a definição de metas de redução alinhadas à Science Based Targets initiative (SBTi), garantindo que a cadeia de valor caminhe de forma conjunta e consistente com os objetivos do Acordo de Paris.

A logística e os transportes estão entre os principais emissores, especialmente pela dependência histórica do modal rodoviário. “Para enfrentar esse ponto crítico, a Klabin tem otimizado o uso de combustíveis e ampliado a participação de modais de menor impacto, como o ferroviário e o aquaviário, que emitem menos por tonelada transportada. Além disso, a companhia trabalha em conjunto com operadores logísticos no monitoramento e controle das emissões, incentivando melhorias contínuas na gestão ambiental dessas operações”, afirmou.

Nesse sentido, o transporte, especialmente a substituição de combustíveis fósseis, como o diesel, junto ao óleo combustível para as caldeiras e fornos, compõem o principal desafio considerado hoje pela Klabin, chamado de descarbonização profunda.

Em parceria com o time de Pesquisa & Desenvolvimento, a companhia conduz estudos para aprimorar a formulação de produtos, priorizando insumos menos intensivos em emissões e resultando em soluções com menor pegada de carbono. Um exemplo é a embalagem de papel Ekomix, um saco de cimento dispersível que se integra ao preparo do concreto. Desenvolvido com foco em economia circular e redução de resíduos, o produto também apresenta pegada de carbono inferior à de embalagens convencionais.

A inovação em produtos também tem papel central nessa jornada. O PineFluff®, celulose de fibra longa produzida pela Klabin, é um desses exemplos. “O case demonstra que a combinação entre matérias-primas sustentáveis, processos produtivos otimizados e uma logística eficiente resulta em uma redução significativa da pegada de carbono. O PineFluff® tem uma pegada de carbono 62% menor e a PineFluff eXcel® 64% menor em relação à celulose fluff produzida no Sudeste dos Estados Unidos e disponibilizada no Porto de Savannah, na Geórgia, evidenciando o uso das melhores tecnologias disponíveis pela Klabin”, explicou Nogueira.

Para os próximos anos, a meta é clara: reduzir em 42% as emissões absolutas do Escopo 3 até 2030, tomando 2022 como ano-base. Para alcançar esse objetivo, a empresa continua incentivando os mais de 8 mil fornecedores de produtos e serviços que integram a cadeia de fornecimento da companhia, a participarem do programa. Vale destacar que 110 deles são responsáveis por 90% das emissões das Categorias 1, 3 e 4 do Escopo 3, segundo os estudos de pegada de carbono.

“Todos esses fornecedores são priorizados e incluídos no Programa de Engajamento de Cadeia de Valor, com uma priorização dinâmica que é atualizada anualmente, de acordo com as oscilações do negócio”, disse Nogueira, uma vez que o foco da Klabin está em engajar os fornecedores de insumos mais intensivos em carbono. “Por isso, ampliamos as iniciativas de capacitação, incentivo ao desenvolvimento de inventários de gases de efeito estufa e cálculo de pegadas de carbono, promovendo avanços consistentes na redução das emissões ao longo da cadeia de valor”, concluiu Nogueira.

Escopo 3: são Emissões indiretas (não incluídas no Escopo 2) que ocorrem na cadeia de valor da organização, incluindo emissões de fornecedores e clientes. Ocorrem em fontes que não são de propriedade e/ou controle da empresa inventariante



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