O aluno Murilo, de 11 anos, é conhecido como “o ninja das duas rodas” por sua habilidade em sua cadeira de rodas. Estudante do 7º ano, em Sumaré (SP), Murilo desfruta de uma escola inclusiva, com instalações acessíveis, duas salas de recursos e profissionais especializados. Ele participa de jogos de basquete durante os intervalos e também faz parte de um time de basquete sobre rodas.

A escola proporcionou a Murilo independência e autonomia, permitindo-lhe navegar facilmente pelos ambientes escolares, subir rampas e se movimentar sem ajuda. As salas de recursos, equipadas com materiais pedagógicos e recursos de acessibilidade, não apenas fornecem apoio educacional, mas também visam desenvolver a autonomia e a autoconfiança dos alunos com deficiência.

Embora a escola de Murilo seja um exemplo positivo de inclusão, a realidade é diferente na maior parte do país. Apenas 21,5% das escolas públicas brasileiras possuem salas de recursos, enquanto a acessibilidade física é limitada, com apenas 52,8% das escolas contando com rampas e 4,2% com elevadores.

A falta de acessibilidade também se estende além da infraestrutura física. A comunicação, por exemplo, muitas vezes não é adequadamente abordada, com a ausência de intérpretes de Libras nas salas de aula. A mudança de atitude é fundamental para a inclusão, tanto por parte dos professores quanto dos gestores escolares, que devem garantir que todos os alunos sejam ouvidos e suas necessidades atendidas.

A falta de transporte adaptado gratuito também é um desafio para os estudantes com deficiência, apesar do direito garantido pela Lei Brasileira de Inclusão. Algumas cidades possuem leis específicas para esse fim, mas muitas famílias ainda enfrentam dificuldades para levar seus filhos até a escola.

A acessibilidade é um aspecto crucial para a inclusão, e vai além das rampas físicas. É necessário promover uma mudança de mentalidade, ouvir os alunos com deficiência, planejar atividades que atendam às suas necessidades e capacitar os professores para uma abordagem inclusiva. A linguagem correta e a conscientização de toda a comunidade escolar também são importantes para garantir um ambiente verdadeiramente inclusivo.

Fonte: Nova Escola / Dimítria Coutinho

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