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28/04/2022
Produtos
Inovações nas sacarias e embalagens para cafés verdes
Manutenção dos atributos dos cafés por um período prolongado, facilidade no manuseio ou transporte, resistência, praticidade, melhora na relação custo-benefício ou capacidade de armazenagem. Esses são alguns dos fatores que determinam a escolha de um entre tantos modelos de embalagens para cafés verdes, que são os grãos crus de café.
Para entender melhor as opções disponíveis e seus pontos de atenção, o PDG Brasil convidou especialistas da cadeia produtiva do café e representantes de empresas fabricantes de sacarias para uma conversa.
Cada café, uma embalagem
João Matheus Ferreira, coordenador técnico da Coopfam (Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região) diz que o cuidado com a escolha dos métodos de armazenamento e embalagem dos cafés verdes são parte da intensa preocupação que possuem com relação à preservação da vida útil e das características sensoriais dos cafés, principalmente dos provenientes de micro e nano lotes com elevado nível de qualidade.
“Na Coopfam, os lotes de cafés são armazenados cuidadosamente em bags num armazém totalmente preparado para uma boa conservação do produto. Nossos embarques são feitos o mais rápido possível, para garantir o máximo de frescor ao cliente. Quanto à escolha das embalagens, avaliamos os cafés por padrão de classificação física, de qualidade sensorial, por padrão de certificação e volume do lote para definir em qual tipo de embalagem acondicionaremos esses grãos”, João Matheus afirma.
O diretor de logística da J. Kim Cafés, Brayan Cunha, acrescenta que os bags são amplamente utilizados durante a estocagem dos grãos nos armazéns devido à sua confiabilidade, resistência e facilidade de movimentação dos volumes. Segundo ele, as fabricantes têm investido recentemente na produção de bags com materiais de alta barreira e demais tecnologias visando a preservação dos atributos dos cafés sem impactar os custos operacionais das cooperativas e companhias de armazenagem.
Quanto à escolha das embalagens para o embarque dos grãos ao destino, Brayan afirma que tudo depende muito do perfil dos cafés que serão transportados. “Há uma tendência de micro e nano lotes cada vez menores em volume quando falamos dos cafés especiais. Nesses casos em que se prima totalmente pela preservação dos atributos cada vez mais singulares desses cafés, tudo o que puder ser feito nesse sentido é bem visto.”
“Existe um fator que pesa muito nesses casos que é a possibilidade de a embalagem atuar como promotora inicial da qualidade e da experiência de consumo desses cafés, então essas embalagens diferenciadas também são usadas porque permitem maior individualização de cada café, expondo de forma mais clara a identidade de seus produtores ou exportadores”, diz.
Analisando a questão pelo prisma das fabricantes dessas embalagens, Brayan Cunha alega que o maior desafio é unir o potencial de preservação dos atributos do café e a usabilidade dessas embalagens ao fator custo às empresas, armazéns e produtores.
“O custo-benefício acaba sendo um desafio… até que ponto os armazéns vão considerar a preservação dos atributos dos cafés em detrimento dos custos? Esse é o verdadeiro desafio, encontrar um meio de produzir embalagens que preservem a qualidade do café, com grande usabilidade e ao mesmo tempo a preços acessíveis”, diz ele.
Tradição e inovação nas embalagens de cafés verdes
A juta é ao mesmo tempo o material mais tradicional para a confecção das sacarias de café e uma das mais amplamente usadas e defendidas atualmente por ser de origem vegetal e renovável, natural da região amazônica e cultivada de uma forma que preserva o bioma local, além de beneficiar as famílias ribeirinhas produtoras numa cadeia de comércio justo muitas vezes com certificação Fair Trade.
Segundo Hélio Junqueira Meirelles, presidente da Cia. Têxtil de Castanhal, os benefícios do uso desse material são muitos. “A juta funciona como um regulador da umidade do produto, absorvendo a umidade do ambiente e evitando que ela afete os grãos ao mesmo tempo em que pode protegê-los do ressecamento excessivo quando há pouca umidade relativa no ar do local. Essa proteção permite que, mesmo armazenado por um longo período, o café tenha seu aroma e sabor preservados, garantindo uma bebida de alta qualidade na xícara do consumidor ao mesmo tempo em que confere mais rentabilidade para o produtor.”
Hélio ressalta ainda que a Castanhal investe em inovações visando estar na vanguarda dos cafés especiais e permanecendo como referência no setor logístico brasileiro em se tratando do café. “A Castanhal tem uma nova linha de produtos para cafés especiais chamada Duobag, desenvolvida em parceria com a Pantera. Trata-se da sacaria de juta e do liner já costurados como um produto único, reduzindo o trabalho no momento do envase e atendendo as exigências dos mercados.
Esse liner, uma camada de plástico, é feito em material reciclável, com barreiras de proteção contra a permeabilidade de oxigênio e excesso de umidade. As embalagens dessa linha estão disponíveis para acomodar de 3 kg a 60 kg de grãos, podendo receber marcação personalizada”.
Novos papéis para um mercado em constante evolução
A KLABIN é uma empresa também muito atenta à questão da necessidade de inovações no mercado de cafés especiais e conta hoje com uma importante opção para a armazenagem e envio de cafés especiais brasileiros para o mercado externo: a linha Shelflife.
Desenvolvida em parceria com a UFLA (Universidade Federal de Lavras) e com o apoio da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), essas embalagens são feitas em papel kraft extensível, produzido com fibras que garantem alta resistência mecânica e possuem uma segunda camada interna de alta barreira que protege contra vapor, umidade, gordura e luz, evitando que haja migração de gases ou substâncias externas para o interior, que permanece protegido de contaminações.
Segundo André Badaró, gerente de novos produtos na KLABIN, há ainda outro diferencial nas embalagens da empresa. “A linha Shelflife foi desenvolvida com base em premissas de design for environment e conta com o recurso de um fitilho que facilita a abertura e a separação das duas camadas. Essa funcionalidade garante que se possa destacar a camada externa após o recebimento, mantendo o café acondicionado na embalagem interna e evitando que eventuais contaminantes presentes no transporte permaneçam com possibilidade de entrar em contato com o produto”, conta.
“Além disso, a funcionalidade proporciona o devido destino para cada camada quando de seu descarte, promovendo a reciclagem e garantindo o retorno dos materiais à cadeia produtiva, em linha com a economia circular.”
André ressalta que a inovação faz parte do DNA da KLABIN e aponta mais detalhes que compõem o rol de diferenciais das embalagens lançadas pela empresa. “Os itens que compõem a linha Shelflife podem receber impressões em até oito cores. Isso agrega valor para o produtor, que pode reforçar sua marca por meio de uma série de possibilidades de comunicação, diferenciando a sua empresa no mercado do café. Cabe ressaltar ainda que a embalagem é fechada hermeticamente em seladora manual o que garante a mesma proteção das embalagens à vácuo a um custo mais acessível.”
Olho na usabilidade
Além das questões referentes à preservação dos atributos dos cafés, é preciso dar a devida atenção à questão da usabilidade de cada embalagem. O mercado hoje diverge muito do que era padrão há alguns anos. Se antes os cafés eram apenas comercializados em sacarias de 60 kg, hoje há espaço e demanda para embalagens para volumes menores, acompanhando as tendências que apontam cada vez mais para a cristalização dos micro e nano lotes de cafés com atributos sensoriais únicos, com maior grau de exclusividade e de origem controlada.
“Na Coopfam, trabalhamos com sacaria de juta de 30 e 60 kg da Castanhal e embalagens Kablin de 30 kg no caso dos cafés especiais. Com isso, conseguimos determinar qual apresentação atenderá melhor às necessidades dos clientes”, diz João Matheus Ferreira. Ele argumenta ainda que a cooperativa está sempre aberta a testar novas tecnologias que possam surgir com o objetivo de atingir a máxima qualidade de forma sustentável.
Nesse sentido e com base na experiência que possui na área de logística, Brayan Cunha ressalta que as embalagens de menor porte estão ganhando espaço também devido à facilidade no manuseio, facilitando a movimentação da carga e reduzindo os custos de envio e o tempo necessário para realizar as operações de carga e descarga.
Em qualquer setor, inovação é algo sempre bem-vindo e, em se tratando do mercado de cafés, não poderia ser diferente. Considerando as exigências de profissionais e empresas focados na comercialização de grãos cada vez mais singulares, pesquisas como as conduzidas pelas indústrias de embalagens para cafés verdes citadas são benéficas por apresentarem soluções para as questões que surgem na dinâmica dos cafés especiais pelo mundo.
Créditos: banco de imagens; Diego Catto (sacas com emblema Cafés do Brasil); Divulgação KLABIN; Giuliana Bastos (sacas no armazém da torrefação Santo Grão).
Fonte: https://perfectdailygrind.com/pt/2022/04/28/inovacoes-nas-sacarias-e-embalagens-para-cafes-verdes/