30/10/2021

Sustentabilidade

Mundo precisa ouvir o chamado da COP-26

Se quisermos conter as mudanças climáticas e os eventos extremos oriundos delas, precisamos de medidas de alcance para fazer avançar e fortalecer os pilares mutuamente interdependentes do desenvolvimento sustentável: o econômico, o social e o ambiental. Porisso, a COP-26 é a oportunidade legítima de mobilização global para a discussão de padrões de comportamento, consumo e equidade social.

O tema ambiental extrapola fronteiras, afeta a todos. As mudanças que se anunciam diante do desequilíbrio entre o atual modelo de produção e consumo e a capacidade regenerativa dos ecossistemas não ficarão restritas ao (des) conforto climático, mas ameaçam a produção agrícola, nossa saúde, a geografia do planeta e as relações internacionais.

Os eventos climáticos são uma evidência de que as discussões sobre o meio ambiente há muito já não podem mais ser consideradas um " luxo de países ricos ", como nos lembra o embaixador André Aranha Corrêa do Lago no livro " Conferências de desenvolvimento sustentável ", em que reflete sobre a importância desses encontros e seus legados.

É por isso que o mundo olha com um misto de apreensão e esperança para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que começa amanhã. O que será debatido em Glasgow, a partir do patamar já feito, é uma grande proposta de gestão dos riscos que a humanidade enfrenta.

Os países terão a chance de apresentar o que fizeram - e de revisar suas iniciativas - para cumprir a metade aumento máximo de 1,5ºC na temperatura do planeta até 2030 e também para neutralizar as emissões de carbono até 2050, conforme previsto no Acordo de Paris, assumido na reconhecer que COP-21, em 2015, por o que está em 196 nações. Para tanto, jogo é a vida o mundo precisa cortar de todos nós, pela metade, a partir de contemporâneos - agora, o atual nível de no espaço de um| emissões de gases de mundo comum efeito estufa.

Os esforços para salvar o planeta vêm desde a ECO-92, que consagrou o princípio das " responsabilidades comuns, porém diferenciadas ", calibrando, mas afirmando, as obrigações dos países industrializados e daqueles em desenvolvimento para a recuperação ambiental. E o Brasil, também com o setor privado e produtivo, já estava lá, usando a ciência para atingir seus objetivos, como na criação da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).

Essa intenção continua agora, mais do que nunca. O caminho passa por abraçar a inovação, estabelecer metas baseadas na ciência (SBTi, siglarem inglês) incluir riscos e oportunidades relacionados ao clima em relatórios financeiros, como temos feito na Klabin. Acreditamos que usar as ferramentas de governança (ESG), como a gestão de risco, para obter resultados no campo da sustentabilidade é colocar em prática os macro propósitos estratégicos da COP-26.

Sabemos que será um desafio enorme encontrar o equilíbrio na balança das responsabilidades e obrigações e chegar a um entendimento comum entre atores desiguais de um mundo desigual. Ainda assim, entendemos que é essencial manter o otimismo.

Como dizia Hannah Arendt, " somos do mundo, e não apenas estamos no mundo ". É imperativo reconhecer que está em jogo a vida de todos nós, contemporâneos no espaço de um mundo comum, e também o direito à existência das gerações futuras, na amplitude do tempo. E isso inclui você e todos os seus: os que estão aqui e os que ainda vão nascer.

Celso Lafer foi vice-presidente da ECO-92 e ministro de Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Israel Klabin, fundador e presidente do Conselho Curador da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), presidiu o Comitê Nacional de Organização da ECO-92; Cristiano Teixeira é diretor-geral da Klabin e representante brasileiro no Business Leaders Group da COP-26.

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